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Saúde mental e os Servidores do Judiciário: Cuidados redobrados na Pandemia

Saúde mental e os Servidores do Judiciário: Cuidados redobrados na Pandemia

Estudos demonstram que os transtornos mentais e de comportamento já são a segunda maior causa de afastamento por licença-saúde entre os servidores públicos, afetando sobretudo as servidoras. Este grave quadro, que cada vez mais está se agravando, inclusive com aumento dos casos de suicídio, é fruto da vida corrida, da pressão psicológica e cobrança abusiva de metas, infelizmente muito comuns no ambiente de trabalho nas comarcas e cartórios. Hoje em dia o panorama aparece agudizado, com o isolamento social e a pandemia do COVID-19 causando prejuízos, e esta condição torna a detecção de riscos à saúde mental no trabalho como forma de antecipar potenciais casos de adoecimento/ piora no estado de saúde do(a) servidor(a) ainda mais fundamental.

A qualidade de vida no trabalho é Direito constitucionalmente garantido, a partir do exposto no art.7º, XXII c.c art 39 §3 que fala do direito "à redução dos riscos inerentes ao trabalho por meio de normas de saúde, higiene e segurança". Mesmo em home office ( trabalho remoto) as jornadas extenuantes vêm causando prejuízos à saúde de muitos servidores. O Estado tem obrigação de fornecer as condições materiais e psíquicas para que seus servidores possam desenvolver suas atividades com o estabelecimento de parâmetros e diretrizes e o dever de agir, sob pena de responder pelos danos causados a seus próprios servidores, de quem exigiu sem a contraprestação adequada de garantias funcionais.

Os servidores nos últimos anos vêm sofrendo constantemente com riscos de incertezas na carreira, falta de reajuste, possibilidade de privatização e terceirização (no caso dos servidores do executivo), deterioração das condições do trabalho e da imagem do servidor público e do serviço público como um todo e uma responsabilização por possíveis deficiências e crises do Setor Público que aumentam a demanda e a cobrança da população nos servidores que estão na ponta. Ainda, o acúmulo e desvio de funções, mudanças na organização do trabalho (notadamente a informatização) , registros de assédio e uma estrutura que invisibiliza e diminui as doenças psíquicas na nossa sociedade causam um ambiente muito propício para o adoecimento, a depressão e o desenvolvimento de síndrome de burnout, dentre outras. Junt@s somos mais fortes. Procure ajuda especializada caso necessite. Doenças e sintomas psíquicas não são motivos de vergonha! Acima de tudo, cuide-se, valorize-se e procure ter momentos de reflexão, relaxamento e autoconhecimento durante este período difícil que estamos passando.